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Dragões, aliens fofinhos e a nova onda de live actions

Por Manu Mariz

De tempos em tempos a indústria cinematográfica precisa inventar uma solução para arrecadar muito dinheiro gastando pouco para compensar perdas de filmes fracassados. É assim que surge uma temporada de longas metragens em live action (filmes com pessoas reais interpretando os papéis). Sempre é de se esperar que façam remakes (recriações) de filmes já famosos e que já arrecadaram muito no passado, contando com a necessidade nostálgica das pessoas em reencontrar aquele lugar bom e de conforto. Nada melhor do que o meio do ano, que são as férias das crianças em quase todo o mundo, para lançar filmes que agradam aos pequenos também, além dos adultos. Até porque os filmes já tem mais de 15 ou 20 anos e aquelas crianças de antes hoje já são adultos e querem passar o que viram de bom a seus filhos.

Recentemente foram lançados aqui no Brasil os live actions de Como Treinar Seu Dragão e de Lilo & Stitch e eu gostaria muito de fazer uma comparação entre os dois filmes, mas não tem comparação. O filme do dragão é muito superior ao filme do alien fofo em todos os sentidos. Portanto eu vou comparar o filme original com o seu live action.

O primeiro filme de Como Treinar Seu Dragão, de 2010 (hoje já vai no 3, o live action é o 4°), é um filme perfeito! A história é ótima! Tem aquele tom de sempre dos problemas de adolescentes estadunidenses, que querem encher de orgulho os pais, mesmo que os pais queiram que eles sejam o que eles não querem ser e fechem os olhos para os verdadeiros talentos dos filhos. Claro, tem que ter um “quê” de drama para ter a lição de moral que vai resolver tudo. O live action é a cópia da animação, quadro a quadro, quase todas as frases iguais, e conquistam igualmente. Qualquer pessoa que vir um dos dois filmes irá se apaixonar pela história, muito bem amarrada, com as imagens belas e com as jornadas de amadurecimento de jovens, adultos e até dos animais. Não é à toa que o filme tem 99% de aceitação da crítica no site Rotten Tomatoes e arrecadou mais de 1,6 bilhões de dólares na época do lançamento, mostrando a superioridade de produção da DreamWorks por cima da Disney.

E por falar em Disney… Vamos falar agora sobre o Lilo & Sticht, produção desta, também recém lançado. O filme original é ainda mais antigo do que o do dragão, data de 2008, tem o mesmo diretor, Dean Dubois, de todos os filmes do dragão, porém este diretor não retorna para o live action da Lilo. Neste caso, o diretor será outro Dean – Fleischer Camp – diretor do aclamado Marcel, A Concha de Sapatos, que esteve no Oscar e ganhou outros prêmios de melhor animação. Mas nem com esse diretor a produção conseguiu se salvar. Pelo jeito ele leva mais jeito com animações do que com atores. O filme original da Lilo até que é um pouco coerente na linha da história, desde a fuga do extraterrestre até sua captura, apesar dos absurdos narrativos utilizados. Mas no live action, essa narrativa fica muito pior e caótica. Ao contrário do filme do dragão, este foi muitíssimo transformado, poucas cenas e falas iguais e entraram várias personagens que não existiam. As passagens de um evento pro outro ficaram totalmente desmanteladas! Desde as coisas reais, como uma adolescente criar uma criança, como atropelarem um ser totalmente estranho e o levarem como um simples cão para um abrigo. É um desprezo total pelo julgamento alheio nesse filme. Enxergue somente como diversão e entretenimento que serás feliz, pois só o Stitch fofinho e lindo que salva toda a produção e salva também o bolso da Disney com arrecadação de 273 milhões de dólares (muito abaixo do dragão), gastando pouco, porque é o que a empresa vem fazendo, produzindo coisinhas bem chinfrins porque apostam na audiência que vai por amor ao passado. Depois do fracasso de Branca de Neve, a Disney já cancelou a produção do live action de Enrolados, que estava a todo vapor, mas ainda promete outros por virem c

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